Um sol que não esquenta cresce ao longo das serras
e é a planície do coração sensível que se encolhe
é uma perversidade ante a gélida distância
uma mudez que avança é a falta
diante do dia que já não fogueia
são armaduras reluzindo cavaleiros
que há muito não as habitam em glória
são frutos prometendo gomos em sumo
podres na ausência de sementes férteis
o mal sal sobre a terra do lar se estende
onde ondas de frio sob órbitas longínquas
mineram o vazio que se enche é a falta
é o canto gregoriano é a lua minguando
de quem aqui está sem estar
porém
então
ela
diz
eu te amo
ah
relâmpagos de sonho
poderei assim sobreviver ao sol herético!
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