Senhor: porque as fibras
dos meus braços eram ruínas
eu não poderia
trabalhar no teu campo.
Via os gomos do mar trigal
relembrava como naus
o seu gosto acre
nos trabalhadores
cantando distantes.
Senhor: porque a alegria
em mim desmanchava-se
fuligens e palha
eu não poderia
cantar no teu campo.
Mas recriaste em mim
com as fibras do dia
novas mãos
novo trabalho
novo campo
e nova garganta
com as fibras do dia
para novo canto.
31 de agosto de 2020
30 de agosto de 2020
O cântaro de cânticos
para Michele
Você é bonita como um rio
fértil de peixes e luar
com sua palidez de sonho
e seu sorriso de maná.
Você é bonita como o campo
que floresce na colheita
as mãos de quem semeara
com suor a sua seiva.
Você é bonita como a casa
à qual se chega já cansado
encontrando sobre a mesa
comida quente, beijo, tato.
Você é bonita como encher
de água a palavra cântaro
e saciar-se no rio da vida
do qual Deus faz cânticos.
Você é bonita como um rio
fértil de peixes e luar
com sua palidez de sonho
e seu sorriso de maná.
Você é bonita como o campo
que floresce na colheita
as mãos de quem semeara
com suor a sua seiva.
Você é bonita como a casa
à qual se chega já cansado
encontrando sobre a mesa
comida quente, beijo, tato.
Você é bonita como encher
de água a palavra cântaro
e saciar-se no rio da vida
do qual Deus faz cânticos.
23 de agosto de 2020
A celeste cidadania
Eis o ponto de fundição
a têmpera no coração
dos estrangeiros:
estar sobre a terra
que se guarda para o fogo
dos últimos tempos.
A morte já não é inimiga
destes que trazem nas fibras
renovadas pelo vento
tal celeste cidadania.
a têmpera no coração
dos estrangeiros:
estar sobre a terra
que se guarda para o fogo
dos últimos tempos.
A morte já não é inimiga
destes que trazem nas fibras
renovadas pelo vento
tal celeste cidadania.
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