Deixa-me morrer em teus olhos, verão
não se vá
deixa-me adormecer sobre teus pelos
e desfazer em mormaço este cansaço
cachos estrelas março
deixa-me viver do azul ameno
deixa meus músculos
descansados
aninharem-se no teu castanho
cheiro de cabelo
Deixa-me morrer de vulcão, verão
ou de amor, esta palavra feita
de relâmpago e dengo
deixa-me, verão, deixa-me
morrer de teu veneno
27 de dezembro de 2023
Em meados de março
21 de dezembro de 2023
Ouve-se o cair da chuva
Dentro da biblioteca
ouve-se o cair da chuva
e seu som é um véu
de pequenas asas.
Envolto nesta túnica
curva-se
o silêncio do sábio
feito de perguntas
sobre as páginas.
Então
o trovão.
Tranquilidade
tempestade
fogo, arte
solidão.
9 de dezembro de 2023
O filtro de barro
Pinga da pedra paciente
pureza no vaso de água.
Estável, ecoante entre
espera e sede, ela salta
(a gota) sobre o frescor
escuro do nada, parente
do mar à frente, do amor
e da chuva sobre a casa.
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