Forjei a espada de ser maduro
com o aço da arte: afastar-se.
Aprendi com os pintores
que se afastam da pintura
para vê-la mais nua
e mais tarde.
Afasto-me de cidades
e de suas ruas
afasto-me da pessoa
cuja arquitetura
não escala
ao estado da arte.
Quando surge a luta
ela é a minha espada
- sua lâmina é escura
como o sangue da tarde
mas reflete a minha face.
18 de novembro de 2023
O afastar-se
5 de novembro de 2023
A água de um rio morto
Por ser ela feita de silêncio
é algo que quase não existe.
Mas a tudo envolve, mesmo
se agora o seco nos ferisse.
Dissolve ao toque, escorre
seu cheiro de nenhum limite
pois toma a forma disforme
do vento, que não é firme
mas fere, quase também
não existindo, a memória
desse mistério: se tão vida
por que não está vivo?
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