10 de setembro de 2018

Sobre a auto-ajuda, o meu problema é moral, pois nela é quase norma: se um autor quer vender bem, tem que falar a partir do ponto de vista que anuncia a felicidade estar em primeiro lugar.

Eu, porém, em verdade vos digo: existem centenas de coisas mais importantes do que a felicidade.

A amizade, a integridade, o respeito, a fé, o amor, pra começar, são mais importantes do que a felicidade. As memórias, o cuidado, a lealdade, a gratidão, vem logo após.

E há muito mais.

Há quem diga, como lei, "faça o que te faz feliz". Mas a um estuprador, o estupro deve deixar feliz. A um corrupto, a corrupção deve deixar feliz. A um traidor, a traição. A um cruel, o poder. O que te faz feliz, caro contemporâneo, é menor, se traz infelicidade para alguém, o que já rebaixa a felicidade em relação à empatia, pelo menos.

Ser feliz não é o que importa.

É um unguento santo, enquanto fazemos o que importa.

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