"E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou." (Lucas 15:20)
De longe vejo o pai à margem da casa
onde a grama testemunha que choveu.
As longas vestes, a longa barba, o fogo
de suas palavras água, eu as vejo, trilhas,
mesmo longínqua sua silhueta alva e breu
como que tristíssima. Por que eu - fugi?
Do que precisa, além de tronco, um galho?
E as raízes, eu as diviso, ei-las aqui. E o
tempo, eu o reencontro, e ele me cala.
Meu pai, por que eu te abandonei?
Foi o mundo, com seus curvos caminhos
que turvou meu coração, sob as sombras
da muralha, sob os porcos e seus latidos.
Foi o querer ver além do campo de trigo
mesmo já nutrido pelos pães e pelo riso
da mãe em bom calor. Fui eu, meu pai,
mas retornei: pois como viver no reino
sem que eu me apresente diante do rei?
E eis que correm até mim o rei, o amor.
Meu pai, eu retornei. Teu filho retornou.
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