13 de agosto de 2018
Tentar descrever a dor de quem se ama, terrível rocha à nossa frente, é demais peso aos ombros da escrita. É possível descrever Deus só narrando as formas de uma face? É possível contar ao cego o prateado dos peixes pelo som que as escamas abrem? Nem as lágrimas de quem se ama, à nossa frente rocha, é possível rearquitetar em letras. Mas chore, chore, chore, eis aqui meu peito, chore. Morte às palavras, se não consigo usá-las como unguento, morte à película das dores individuais no mundo, mas vida às horas existidas dentro do consolo mútuo. Chore, chore, chore.
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