Contemplai, contemporâneos, a Política!
Mulher alheia, selvagem, insubmissa
olhando altiva enojada para todos nós!
Contemplai o dentro em luz dessa face
a nudez honrosa de após um desastre
altivez de outrora rainha e viúva cativa.
Dói, sangra, ser olhado em fogos assim
acorrenta negro em véus o desejo de rir
nunca mais, para contemplá-la. Olhem
como seus dois seios são como mordaças
ao pequeno coração, aos quietos lábios
em cujo silêncio oleoso há mormaço
e uma sentida ausência de asas. Olhem
meus irmãos de tempo, como seu rapto
dilata o orgulho nela inédita vaidade
de se enfeiar para nos ver! Política!
É de fato verdade o que diziam
que se a vida dói a todos
a alguns a miséria purifica.
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