O céu noturno latejante de galáxias tem
sílabas imensas de luz, amor e destino
mesmo se não as vemos na tempestade
mesmo quando não cremos que estrelas
ainda existam, porque de não as ver
deixam de existir, nos interrogando o que
faz o céu sob a capa dura das nuvens?
indecifráveis poemas sonhando dilemas
E ontem, e à noite, chovia: em nosso quarto
e além dele, nos campos macios dos índices
tombando os frutos sumarentos dos sumários
a pele era a página com que nos compunhamos
longe das fronteiras marciais letras de arame
longe dos altos oceânicos letras de atol
longe de juízes rancorosos letras perenes
perto inclusive dentro apenas letras de amor
Nenhum comentário:
Postar um comentário