O tempo, com longos dedos,
agarrará firme qualquer face.
Virá dessa mão o beijo
que faz flácidas as fibras
até os íntimos detalhes.
Ele, como quem grita segredos,
avisa no trovão dessa tempestade
enquanto suas unhas abrem-se
em covas, lápides, caixas no chão.
O tempo, com longas mãos,
irrigará palidez sobre as faces.
O tempo, com brancas mãos,
supõe sujar de tempo
a eternidade
- mas não.
Pois, oh neve, para ti
Deus reservou o verão.
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