Quando um amigo chora
quero fazer nos meus ombros
o acréscimo
da extensão nas cordilheiras
(para que a tempestade nele
repouse com conforto tamanho
e se ajuste ao pesar)
Quando um amigo chora
quero fazer neste meu peito
um adendo
a outro coração que doa
(para que a tempestade nele
confunda as vazantes do coração
entre doação dor e lamaçal)
Quando um amigo chora
quero a morte do tempo
para que ele chore chore chore
e não pense na hora mas
eu dou apenas a ele
o silêncio que me foi dado
o silêncio atento e calmo
(e oro para que ela unguente a tristeza
sagrada do amigo
em améns)
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