6 de agosto de 2017

O aço, o bagaço, o braço

A prostituta cotidiana com cheiro de aço
circula as ancas descrevendo laços rumo
ao som dos passos no caminho logo atrás

A mãe põe no espelho os olhos de bagaço
cogita o fim da família que a suga o sumo
e repele o abraço morno do filho incapaz

O ferreiro sente ecoar nos ossos do braço
a força que derruba e corta o espaço rumo
à bigorna negra no fogo dos anos abissais

Nenhum deles derrama choros eventuais
Nenhum reclama da vida e seu mormaço

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