Cada coração humano é um reino
Com infinitos castelos de inumeráveis cômodos
Exércitos sérios duquesas adultério vinho pântanos
E cada coração humano é diferente embora todos
Sejam reinos e conheçam o sol a chuva e a noite
Há os reinos costeiros cuja saciedade provém do sal
Que mesmo estéril faz saúde brotar no iodo cotidiano
Há reinos de ouro maciço onde povos miseráveis
Escorrem de fome diante das ameaças dos soldados
Também os que são habitados por poucos súditos
Poucas árvores poucos bichos - reinos dormentes
E há brasões. Muitos! Tantos quanto são as estrelas
Que faltam para transformar a noite em pura luz
No entanto todos os reinos são isolados e só conhecem
A si próprios; um reino manda emissários a outros reinos
Pelos dedos pela boca pelos olhos pelo cheiro
Os emissários nunca retornam e o reino vizinho
Continua tão desconhecido quanto antes
De curiosidade tristeza impotência
Alguns reis choram desconsolados contra o veludo mais puro
Outros dão banquetes e mostram-se trôpegos e indiferentes
Outros dizem sequer lembrar de emissários um dia partindo
Todos porém ficam preocupadíssimos
E meditam tal solidão
6 de março de 2017
1 de março de 2017
O Instinto Astronauta da Espécie
Quando a mobília da alma de um homem
é esculpida na pedra, não comprada já pronta
Quando seu ódio se alarga a ponto de abrigar o ódio de todos
e sua calma começa a demonstrar o Caminho
Quando o suor da própria terra se confunde ao seu
e profetas de longínquos areais sorriem a sua seriedade
Então seus irmãos passam a ter esperança
e um empenho marmóreo no trabalho cotidiano
banha-lhes em infinita juventude
Quando suas rugas e seus andrajos posicionam-lhe
entre valorosos primórdios e o futuro absoluto
Quando ao falar ele parece pegar ao colo
cada um dos seus e protegê-los feito um pai
Quando ao redor do fogo ele conta de sonhos
em planetas de místico jade e doce capim
Então toda a raça reconhece-se no universo
como estrelas a comer estrelas ou alimento
a suster a tarrafa das constelações
Quando, enfim localizado, este homem sobe furioso
de madrugada à montanha mais próxima de Deus
Quando constrói com o próprio sangue entre as unhas
algo ogival tão rápido quanto muscular e divino
Quando vai banhado em lágrimas jurando retornar
e deveras retorna, tão glorioso quanto são e sorrindo
Então toda a aldeia passa a carregar em si
um olhar pra cima e ir além
um olhar pra si e ir além
um Olhar
é esculpida na pedra, não comprada já pronta
Quando seu ódio se alarga a ponto de abrigar o ódio de todos
e sua calma começa a demonstrar o Caminho
Quando o suor da própria terra se confunde ao seu
e profetas de longínquos areais sorriem a sua seriedade
Então seus irmãos passam a ter esperança
e um empenho marmóreo no trabalho cotidiano
banha-lhes em infinita juventude
Quando suas rugas e seus andrajos posicionam-lhe
entre valorosos primórdios e o futuro absoluto
Quando ao falar ele parece pegar ao colo
cada um dos seus e protegê-los feito um pai
Quando ao redor do fogo ele conta de sonhos
em planetas de místico jade e doce capim
Então toda a raça reconhece-se no universo
como estrelas a comer estrelas ou alimento
a suster a tarrafa das constelações
Quando, enfim localizado, este homem sobe furioso
de madrugada à montanha mais próxima de Deus
Quando constrói com o próprio sangue entre as unhas
algo ogival tão rápido quanto muscular e divino
Quando vai banhado em lágrimas jurando retornar
e deveras retorna, tão glorioso quanto são e sorrindo
Então toda a aldeia passa a carregar em si
um olhar pra cima e ir além
um olhar pra si e ir além
um Olhar
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