O coração da arquitetura
é o habitar seguro de maneira bela.
Morar, demorar, rememorar.
Esculpir a paz com tijolos de terra.
Antiquíssimo sonho és, arquitetura.
E lembras o sorriso familiar
da minha amada.
Arquitetura, teus contornos cantam
como canta uma criança.
Porque embora sejas grandiosa.
E de grandiosas mãos.
Sempre cabe a ti o espanto.
De nomear o que é recém nascido.
E sempre cabe a ti realizar.
Do antigo sonho a novidade.
Por ser teu dom o de durar
e teu corpo o de ser útil, arquitetura.
Que de cada canto
dos prédios flores nasçam.
Como de cada canto de ti
nasce a audácia.
E que o consolo a nós
que não temos casa.
Seja a beleza que deixas escorrer
por entre as frestas.
Do concreto, que diferente de ti.
É sem asas.
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