Depois, vieram e rasgaram com uma faca sublime o núcleo da minha visão; disseram estar tirando as escamas dos meus olhos. Me provaram que o sol (eu já o não via) não existia e provaram que a boa brisa sobre a pele era a ilusão fascista dos meus sentidos.
Provaram que minha família (meus irmãos, minha mãe) eram estruturas de poder a demolir na minha consciência inferior; seu cão é seu único companheiro, disseram, e me chamaram pai de pet.
Os professores, disseram, são estes que detêm autoridade sobre a vossa moleira rosada: mate a todos!, eles disseram.
Tudo é arte, tudo é cultura, gritaram, arremessando o estrume basilar que fazia parte da melhor escultura do melhor escultor do nosso tempo.
Depois me convenceram a comprar suas aulas, seus discos, seus ritos.