4 de junho de 2024

Conversa paterna número um

A alegria cotidiana é a única alegria possível para o homem comum. O império da propaganda tenta fazer crer que todos nós podemos ser astros carismáticos em um palco, governadores sorridentes, astronautas na lua ou influenciadores de rostos harmonizados - mas isso é mentira. A maior parte dos humanos nascerá e morrerá sem sentir esse gosto (muito menos doce do que sonhado) de ser "invejável". Assim, o que resta a nós, homens comuns, é a alegria cotidiana - não a alegria de marcar um gol na final do campeonato, mas a equivalente alegria de tomar um bom sorvete com quem se ama.

Ocorre que as redes sociais, como vitrines, fazem parecer ridículas essas ocasiões não publicitárias de alegria cotidiana - e como hoje só "existe" aquilo que é vitrine em rede social, há um pavor generalizado de não estar aproveitando a vida suficientemente bem quando não estamos pulando de paraquedas, escalando um vulcão ou comendo um bife de ouro. É um sistema feito para frustrar o homem comum, vender produtos e financiar sonhos.

Saiba, porém, que isso é mentira. Não há motivo para se sentir fracassado ao deixar de seguir modelos exteriores ao que você acredita. Sinta-se fracassado por não ser fiel a si. Descubra quem você é, o que você ama e aquilo que quer se tornar e caminhe para isso. O que o mundo chama de "pessoas de sucesso" são os modelos publicitários para vender coisas: você, meu filho, é uma pessoa de verdade. Considere, então, a alegria verdadeira como a sua recompensa realizável.

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