A carta úmida que há em teu olhar, amor, contradiz
a secura que sinto na boca entreaberta de te admirar.
É como se do rio dos sonhos viesses, amor, à raiz
árida do que sou, para trazer água de novas preces
e, com chuva ao que nunca nublou, dar esperança
de amor, amor, ao que nunca coisa alguma esperou.