Corredor onde reina a ausência de curvas
o nosso tempo é um labirinto em linha reta.
Longo túnel circundado por lisas paredes
tão claras e de muita branca luz estridente.
Retornar é inútil. Do atrás é que se veio
roendo passo a passo o olhar pra baixo.
Avançar é inútil. Não há ali porta futura
no fim do túnel não se vê algum escuro.
Portanto, avança-se. Mas para chegar
à metade do caminho é preciso chegar
à metade da metade do fim e para isso
à metade da metade da metade do fim.
Então, para-se. E parados estamos
tão cansados como se andássemos.
Triste ser inútil trazer o fio
de Ariadne a esse labirinto!
Antes perder-se às curvas linhas paralelas
que ao tédio de um labirinto em linha reta.
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