17 de abril de 2017

Dona Teresa

Desde que a vó morreu
Há uma larga cratera na Terra
Um vácuo pela ausência do seu amor
Nos meus olhos
Uma tristeza nova
Na primeira cor da manhã

Pois o amor que ela me dedicava
Ninguém mais poderá me dedicar

Ao mesmo tempo
Também surgiu com sua ausência
O reconhecimento da necessidade
De que o tesouro a mim entregue
Não pode amontoar-se num canto
Que não posso ousar ser aquele
Cuja mesquinharia desonrasse
O nome da Vó Teresa

Assim
Dou continuidade ao fluxo
Único caminho digno ao seu sorriso 
E o amor dedicado a mim por ela 
Retorna ao mundo naqueles que eu amo